“A lua é o imenso relicário do céu, onde Deus todas as noites delicadamente nina a luz do dia.” (Lu Tostes)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Da essência

(para Rita Apoena)


    
    Alguém disse
    que só os poetas enxergam
    as pequenas grandes coisas
    do mundo.


    Se a pena flutua por oito segundos,
    enquanto a menina abraça o amigo,
    se pende o balanço solitário,
    quando estala a folha seca de outono,
    se treme a flor no topo da árvore,
    embalada pelo vento com cheiro de azul,
    bem verdade é que o poeta nada vê.


    Quem o faz 
    é o especialíssimo leitor,
    que capta com 
    seus vastos sentidos
    esse templo etéreo
    de delicadezas.


    O poeta amanhece, floresce,
    flutua, abraça, 
    agoniza, pisa, 
    sopra, venta e voa.
    Ele nasce, vive e morre  
    cada um desses infindos
    frêmitos de plenitude.


    Lu Tostes






Imagem: www.weheartit.com

Um comentário:

  1. Lindo Lú!
    A poesia é mágica, tudo que nela toca vira encanto!

    Uma semana cheia de verso e rima pra você flor!

    Beeijo

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